segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Há momentos em que a saudade dói tanto que é preciso lembrar de esquecer, esquecer de lembrar, como diz a música. O viver é uma crônica que se tece dia-a-dia de mãos dadas a um coletivo de detalhes. Por ora, meus detalhes mais fundamentais dos últimos dez anos estão quietos e guardados em um pedacinho de sonho que um dia fora compartilhado. Não me queixo. Desabafo. E teimo nisso. Busco logo outros coletivos de detalhes para se envolverem com esses antigos. Tento lembrar de produzir diariamente sentidos para a minha caminhada, são eles que me fazem andar, permanecer, encontrar as duras penas de uma escolha, e ainda assim sentir-se merecedora desse movimento.

com amor, agradeço!



Enquanto caminha a barca,
sigo o meu caminho,
sento no mato,
olho o mar,
a ponte,
e sinto minha vista um pouco turva,
sinto felicidade e privilégio,
agradeço e aprendo,
mas minha solidão me conta algo de novo,
ela aparece quando quero compartilhar
as coisas belas que meus olhos veem,
é como se ela dissesse:
Seus olhos e seu corpo não são os únicos merecedores de tamanha beleza.

Uma tarde mirando a baia de guanabara.