sábado, 22 de janeiro de 2011

Entre atos e palavras que me fazem, existem diversas rebeliões.



Meu corpo passeia entre o medo e a beleza. Tende ao medo e eu divago sobre isso. Ora, o medo é tão boicotado, sentimento marginal, esculhambado, sem nobreza, “psicanalítico”, feio, mérito de covardes, esfarrapado e invasor. Pensando assim, ele até que é bem atraente, pois eu tenho preferido a vida próxima dos boicotados, dos marginais, etc., etc. Acabei de me graduar em psicologia e tenho amado feito uma doida. É preciso ter cuidado porque até meus amigos psicólogos podem não entender a vida doida de quem ama. Ah essa profissão pode ser aprisionante, normativa e pouco interessante. Pode. Como tudo. E o que não pode? ah...o medo. Puxa, que palavra abstrata que sintetiza bem os estranhamentos que vivemos em situações específicas. Estranho algo da vida, não simbolizo, fico sem palavras, a vontade é fugir, negar, se acelerar, tremer, chorar, sei lá, e então algo simples, fácil e socialmente tranquilo me acomete: o medo. É isso, eu tenho medo, e temer se torna suficiente para não experimentar esse toque de caos da vida. Mas isso é tão insuficiente. Medo de quê? De quem? Medo-morte-vida, vida-medo-morte-vida. De perder o eixo, as estribeiras, de sair do controle, de ficar louca, de perder o sentido...............Nossa, como eu sou normal!!! acabo de constatar meu excesso de normalidade e conservadorismo. Ora, querer ficar no eixo, no controle, ter pré-sentidos sempre, tudo isso me amedronta, será que eu desejo isso? Hum, isso é um prato cheio para aqueles psicanalistas sedentos de vontade de constatar, com estranho sadismo, esses devires humanos. Que estranho, às vezes eu imagino psicólogos e psicanalistas em seus consultórios como se fossem um desenho animado, meio esquisito, mas não esquisitices das boas, as de merda mesmo, ou um pouco babões, feito os déspotas ou Luis XVI no filme carlota joaquina, mas com charutos e cigarros, sei lá. A verdade é que nesse momento me passam algumas pessoas e experiências na cabeça.


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