domingo, 25 de setembro de 2011
Cansei de tanto procurar
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder
Hoje eu quero somente esquecer
Quero o corpo sem qualquer querer
Tenhos os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão
Não sei pra onde vou
Não sei
Se vou ou vou ficar
Pensei, não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda a nascer
Descansa coração e bate em paz
Descansa Coração - Nara Leão
http://www.youtube.com/watch?v=Z_o9ZkSqzMo&feature=player_embedded#!
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Tem um holocausto na minha garganta,
não sei nem pra quem falar e nem quem ouvir.
Tô demasiado irônica com quem não devia,
e sinto que garimpo mais e mais a solidão.
Estou num aterrorizante encontro comigo mesma.
Uma dor, nunca vem só, e isso parece ser a coisa mais sábia dos últimos tempos.
Será que eu vou virar amargor? Essa palavra existe?
Como faço pra cortar meus cabelos? Não tô achando a tesoura.
E mais que isso, nem com a chavinha ensanguentada nas mãos eu estou...
Faz tempo que eu abri essa porta. Esse sangue já coagulou.
Já recolhi ossos, já limpei, já dancei com esses ossos todos.
Meus muros não são mais de tijolos da infância,
hoje eles são permeáveis demais, qualquer poeirinha maldita consegue olhar direto nos meus olhos.
A cada mil miados dos meus gatos saem mil lágrimas da minha alma.
E olha, vou te dizer uma coisa, esses bichos de quatro patas correm mesmo atrás de mim.
Ao invés de correr com eles, tô quase quase correndo é deles.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Profundidades...
Nada posso fazer a não ser por mim.
O que eu me fiz hoje, depois de tanta suposta beleza?
Migalhas de lembranças, de sonhos, de desejo, de trocas e descobertas, estão por aí, pelo quarto, pela sala, pela cozinha, nos meus lençóis, nas ruas da cidade, nos bares, nas feiras, pra todo lado.
Preciso ser passarinho pra recolher isso e fazer um ninho. Um lugar pra eu dormir e nascer de novo.
Tenho tanta coisa por dizer, por fazer, mas estou invadida por indignações. Hoje eu queria que o “se” da nossa história existisse. Tô escura, não enxergo nada além dos pedacinhos esparramados do que eu sou. Peguem pra mim por favor, peço-lhes ajuda.
Corte o meu cabelo,
recomponha meu corpo,
ilumine minhas idéias,
conta como eu sou.
Pinta minhas unhas,
coloque um anel no meu dedo,
me vista um belo vestido de flores,
me tira pra dançar,
me passe um batom,
espirra um pouquinho de perfume, vai.
Tira uma foto de mim,
me conta se eu sou bonita,
se tenho leveza,
boas idéias,
esperanças e coragem.
Fala tudo se for verdade.
Arruma minha maquiagem,
diz se meus olhos são profundos,
se meu sorriso é bonito.
Vai tirando dos meus ombros essa montanha de covardia.
Esconde um pouquinho das tristes marcas que eu me faço.
Imagem: Abbas Kiarostami-From Trees and crows 2006
sábado, 17 de setembro de 2011
Bá!
Puxa vida, será que é muito ruim querer viver esquecimentos de coisas odiosas?
Tem dias que eu fico pensando no que eu faço de tão ruim e esquisito que pode gerar num outro aí, qualquer coisa de indiferença e afastamento. Sabe, que a vida é e tá difícil todo mundo sabe um pouco. A gente tem que fazer coisas pra ficar alegre, pra ficar bonito, pra ficar legal. Minha amiga me disse que não aguenta mais críticas do existente. Em parte, eu também não. Principalmente quando elas só servem de boicote áquilo que outras pessoas estão fazendo para sentirem-se bem numa vida sequestrada de violências. Sabe, dá pra ser um pouco leve?